Quantas vezes somos inclinados a não dar valor em tantas coisas ao longo da vida, dentre elas as amizades. Amizades verdadeiras levam bastante tempo para serem desenvolvidas. Precisam passar por vários momentos de amadurecimento como alegrias, festas, celebrações, risos, consolo, apoio, mas também pontos divergentes, opiniões contrárias, e ainda repreensão mútua quando necessária.
São nesses momentos que essa amizade é refinada, mas em meu ponto de vista, especialmente nas situações não tão festivas. É muito mais simples declarar a pujante amizade quando se está rindo alto. É bem mais doloroso fazer o mesmo quando a face está sisuda, mas é exatamente aí que são consolidadas amizades para uma vida inteira. Tenho o hábito de frequentemente ler os Provérbios de Salomão, pois vejo ali tesouro profundo.
O capítulo 18, em especial, fala sobre essa questão da amizade e nos mostra exatamente isso. O verso 19 diz: “Um irmão ofendido é mais inacessível do que uma cidade fortificada, e as discussões são como as portas trancadas de uma cidadela.”
Quão verdadeiro isso é.
É na hora que nos ofendemos demais, talvez sem razão para tanto, que levantamos muralhas ao nosso redor como se isso fosse ser capaz de nos proteger ou mesmo nos livrar. Na verdade, o que fazemos é nos aprisionar.
Salomão ainda diz no verso 1:
“Quem se isola, busca interesses egoístas, e se rebela contra a sensatez.”
A grande lição que tenho tentado tomar para mim mesmo é não me ofender demais, principalmente quando alguém diz algo sobre mim que talvez eu não tenha observado, ou mesmo não concorde. Na verdade, tenho tentado me disciplinar ao entendimento de que eis aí a verdadeira amizade.
Os amigos que se arriscam a discordar de nós, nos repreender, alertar, geralmente o fazendo respeitosamente, são bons amigos, pode ter certeza. Faça o exercício de não deixar o seu ego dizer o contrário, afirmando que seus grandes amigos são os que sempre concordam com você em tudo.
Abraços.
