Por causa disso, concentrando todos os seus esforços, acrescentem à fé que vocês têm a virtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, a perseverança; à perseverança, a piedade;
2Pedro 1:5-6 NAA
Talvez esse seja um dos assuntos mais difíceis de se abordar atualmente. Seja por exageros, ensinos estranhos, ou ainda a completa rejeição da ideia de uma vida piedosa. O próprio entendimento de piedade hoje é nebuloso.
Tenho convicção de que a maioria das pessoas ao serem indagadas a pensar numa pessoa piedosa, vão imaginar uma pessoa beata, vestida e pronta para a vida monástica. Desse modo, é díficil a muita gente se imaginar alguém piedoso e muito menos que isso nos foi dado por Deus.
Pedro faz uma conexão direta com sua declaração no verso 3: “Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.”
Lembro-me de um dia estar dirigindo em Brasília e pensando na minha caminhada como cristão e na minha luta pessoal contra os meus pecados. Tive uma experiência muito singular, uma daquelas que uma verdade antiga, já ouvida, falada e pregada por mim, toronou-se nova e viva.
Foi um descortinar do entendimento e mudou completamente minha atitude desde então. É simples. Causa e consequência. Eu achava que precisava me tornar piedoso para deixar de pecar, mas entendi que o processo de conversão (arrependimento, metanoia), literalmente deve se manifestar como uma completa mudança de mente; um total e completo novo modo de pensar e processar as coisas.
Foi aí que entendi que o meu esforço deveria ser em desenvolver o que já me fora dado. Para mim, naquele momento, o entendimento de santificação tomou uma nova dimensão e profundidade.
O único Deus verdadeiro, como criador e redentor, requer uma obediência ativa à sua vontade revelada e uma devoção pessoal que ultrapassa a boca, a mera sensação ou a simples admiração.
Eminentemente, Jesus é o grande piedoso, cujas orações foram ouvidas por causa de seu "temor piedoso" ou "submissão reverente" ao Pai (Hb 5: 7). Sua morte e exaltação celestial tornam possível que outros ofereçam a Deus, através dele, adoração ou serviço aceitável, "com reverência e temor" (Hb 12:28).
Desse modo, piedade é parte inerente à fé, pois é consequência da causa primeira. As duas são indissociáveis, conquanto hoje é um tanto comum que pessoas pensem ser possível viver a fé cristã sem necessariamente fazê-lo piedosamente.
É como uma espécie de um gracioso presente ser jogado fora. Cade vez mais é comum ver pessoas abandonando a fé abertamente, tornando-se escarnecedores da mesma. O principal ataque é à vida de devoção, à piedade. Talvez, a razão seja que a piedade cristã sedimenta um legado espiritual.
Uma pregação que perdura mesmo após a nossa morte, e enquanto ainda vivos, se apresenta como uma afronta, pois é uma lembrança direta do que foi rejeitado.
Sua fé, gerada por Ele, pelo poder o Evangelho é o que te permite viver piedosamente. Siga amando com diligência aquele que te amou primeiro.